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SINOPSE

"é-impossível-não-falar" tem como referência a obra original "É isto um homem?", de Primo Levi: o mais significativo e detalhado testemunho de um sobrevivente judeu ao campo de extermínio de Auschwitz. A peça, tal como um ensaio crítico, reflete sobre a retomada deste histórico relato em primeira pessoa dentro da atual conjuntura brasileira, em meio à ascensão da extrema direita global, proliferação de discursos de ódio, revisionismos e necropolítica. Para isso, a dramaturgia subverte a primeira pessoa do relato ativando múltiplas vozes e perspectivas que  expandem  as possibilidades de interpretação, significação e assimilação da obra original, mas mantendo a linha de fuga da obra original: um estudo da alma humana realizada em ações. 

nada o que será mostrado aqui é fruto da imaginação

o que não quer dizer que a imaginação foi abolida

a partir de agora imaginar é demolir o invisível

e toda forma de beleza ou emoção poética

poderá ser apontada como injúria

falso testemunho:

PALAVRAS
DA DIRETORA

Não devemos parar de falar até que as palavras cheias de sentido atinjam seu ponto de humanidade. Até que aquilo que precisa ser dito atinja seu ponto de humanidade. Até que o próprio sentido atinja seu ponto de humanidade. Falar é um compromisso radicalmente humano com o tempo. E o teatro é um compromisso radical com a fala, o sentido e a humanidade.

Carolina Meinerz

roubarão teu nome

e para mantê-lo você deverá encontrar

dentro de si uma força

e não significados

PALAVRAS
DO IDEALIZADOR

1945 – acaba a guerra, os prisioneiros estão livres

1947 – primo levi escreve ‘é isto um homem?’

2014 – sesi dramaturgia, márcio fala de primo levi. kauê adquire o livro e tem a ideia de fazer uma peça sobre ele

2016 – kauê conhece carol e vice-versa

2017 – kauê propõe à carol e zeca a ideia da peça. eles aceitam

2018 – marcel entra para a equipe

2018 – entra diego

2018 – kaue convida pedro. pedro aceita

2019 – desgoverno

2021– carol começa captação. doug e fran estão juntos

2021 – elaboração da equipe

2022 – zeca não pode mais. entra mauro

2022 – lula eleito

2022 – marcel não pode mais. entra arthur

2022 – carol finaliza captação

2023 – entra marés, nadja, gabs, michele, loa, rebeca, carmen, luan, edith, kerol, hira, allan, bface

 

depois de décadas do livro, e quase uma década da primeira centelha da peça, nos deparamos com um mundo que converge com a temática de levi em diversas camadas.

 

levi desomogeiniza as massas e nos faz retomar as singularidades.

 

passamos por um governo onde o genocídio estava na ponta dos nossos narizes e tivemos que atravessar um período de muitas e diversas trevas. e não será o último. o obsurantismo caminha nas sombras para dar, sempre, um bote. a história vem cíclica e nós, seres que sofrem (para citar levi), precisamos estar munidos afetivamente a fim de enfraquecer essa roda do destino que nos arremessa nesse vórtice que por tantas vezes parece impossível de sair.

 

assim se emerge essa peça. da memória. da resiliência. da resistência. para conectar ouvidos, olhos, pele e memória.

 

que enriqueçamos o mito de sísifo para que nossas pedras rolem menos abaixo. que cada queda seja mais distante do chão e mais próxima do topo, lá onde reside o lugar daqueles que ainda sonham. que ainda olham.

Kauê Persona

é impossível não falar

visto-me desta fala

um compromisso radical com o tempo

assim é falar

é impossível parar de falar

não é sobre curar cicatrizes

muito menos epifanias

impossível parar de falar até que essas palavras

atinjam seu ponto de humanidade

OFICINAS

Contra a adaptação

literatura, dramaturgia e uma difícil negociação

 

ministrada pelo Dramaturgo e Diretor Pedro Kosovski

06 e 07 de abril, das 14h às 18h30 

20 vagas,  gratuitas

inscrições: https://linktr.ee/rumodecultura


A oficina busca compartilhar os procedimentos de criação do texto teatral "É-Isto-o-que?" que tem como referência o livro  "É isto um homem?" de Primo Levi. Partindo da crítica à adaptação literária enquanto transposição entre linguagens, a oficina destaca o gênero do ensaio e a produção discursiva como estratégia alternativa de escrita.

Pedro Kosovski é Dramaturgo, diretor teatral e professor de artes cênicas da PUC-RIO e do Teatro O Tablado. Funda, em 2005, a Aquela Cia de Teatro, núcleo de criação e pesquisa da linguagem teatral. Suas obras foram apresentadas nos principais festivais do Brasil e internacionalmente. Recebeu indicações e foi vencedor dos principais prêmios de artes cênicas do Brasil como Shell, APCA, Cesgranrio, Questão de Crítica, APTR, Aplauso Brasil, Zilka Salaberry. Foram encenadas vinte peças de sua autoria dentre as quais a ópera contemporânea “Aquilo que mais eu temia desabou sobre minha cabeça” (2017), que estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Três de suas peças que formam a “Trilogia Carioca” (Cara de Cavalo”, “Caranguejo Overdrive”, “Guanabara Canibal”) estão publicadas pela editora Cobogó.  Em 2019 , participou do programa “Plein Feux. Les nouvelles dramaturgies françaises e brésiliennes” organizado por La Comédie de Saint-Étienne que uniu dramaturgos franceses e brasileiros. Traduziu a obra “Fiz Bem?” da dramaturga francesa Pauline Salles publicada pela editora Cobogó.

A Cena e a Filosofia

 

ministrada pela diretora e filósofa Carolina Meinerz

dias 13, 14, 15, 20, 21 e 22 de abril - quinta a sábado, das 14 às 18h

20 vagas gratuitas (com certificado)

inscrições: https://linktr.ee/rumodecultura


O belo não é apenas uma ideia; o belo é também ação. Uma oficina que une o pensamento reflexivo filosófico à construção cênica artística por meio da investigação de ideias filosóficas selecionadas – períodos clássico, moderno e contemporâneo – atrelada ao trabalho do artista no exercício da elaboração e construção de atuações que expressem uma reflexão poética, isto é, que unam o intelecto à sensibilidade.

Carolina Meinerz é diretora e idealizadora de projetos culturais e artísticos, além de mestre em Filosofia pela UFPR. Desenvolveu pesquisa acerca da relação entre Filosofia, Arte e Linguagem fomentada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e intitulada La Différance: entre a Linguagem e a Arte. Trabalhou com grandes diretores de teatro, como Antunes Filho, Celso Frateschi, Rodrigo Portella e Alexandre Reinecke. Dentre suas experiências com Artes Cênicas, destacam-se: direção dos espetáculos Papéis de Maria Dias (codireção com Letícia Guimarães), obra inédita de Luci Collin para do Teatro de Comédia do Paraná (Centro Cultural Teatro Guaíra), Salomé - by Fausto Fawcett (que participou da Mostra Oficial do 27º Festival de Teatro de Curitiba e pelo qual ganhou sete troféus no 37º Troféu Gralha Azul, maior prêmio das artes cênicas do estado do Paraná, dentre os quais Melhor Direção e Melhor Espetáculo, Fome (adaptação do conto “Um Artista da Fome” de Kafka, com temporada no Dizzy Café Concerto e participação na Mostra do 30º Festival de Teatro de Curitiba) e Corte Pálido (pelo Núcleo de Encenação SESI PR); atriz no espetáculo Todomundo!, direção de Rodrigo Portella, com o Teatro de Comédia do Paraná do Centro Cultural Teatro Guaíra; atriz no espetáculo O Homem Desconfortável, que marcou a reativação do Teatro de Comédia do Paraná pelo Centro Cultural Teatro Guaíra; atriz no espetáculo literário Trovadores do Miocárdio, concepção de Eduardo Beu, com Xico Sá, Fausto Fawcett, Mario Bortolotto, Otto e Junio Barreto, pelo qual participou do Circuito SESC de Artes 2017; coordenação artística e atriz no espetáculo Urubu Comum (direção de Michelle Ferreira); atriz e assistente de direção no Centro de Pesquisa Teatral de Antunes Filho, onde atuou por quatro anos, participando de quatro espetáculos; assistente de direção no espetáculo O Processo de Giordano Bruno, com Celso Frateschi, pelo Ágora Centro para o Desenvolvimento Teatral; e atriz e bailarina no musical Pippin (U.S.A.). Atua no seriado nacional ‘Contracapa’ (exibido pelo canal AXN), sob direção de Guto Pasko e o argentino Franco Verdoia. Foi coordenadora de performances no International Federation for Theatre Research Conference (IFTR 2017) na USP (SP) e colunista de artes para a revista InVoga. Ministrou oficinais de Artes Cênicas pelo SESC SP, aulas de Teatro pela Cultura Inglesa SP e o curso de extensão ‘A Cena, o Ator e a Filosofia’ na SP Escola de Teatro.

FICHA TÉCNICA

Texto Primo Levi  Dramaturgia Pedro Kosovski Direção Carolina Meinerz  Assistência de direção Loara Gonçalves e Michelle Bittencourt  Elenco Mauro Zanatta, Kauê Persona e Arthur Augustus  Preparação Corporal Carmen Jorge Preparação Vocal Edith de Camargo  Preparação Musical Bface  Direção Musical e Sonoplastia Gabriel Muller Cenário Fernando Marés Iluminação Nadja Naira  Cenotécnico Fabiano Hoffmann   Figurinos Luan Valloto    Assistência de Figurino Keroline Araujo e Carolina Hiratsuka   Design Gráfico Julia Brasil   Técnico e operador de luz Wagner Corrêa   Direção de Produção Diego Marchioro Assistência de Produção Rebeca Forbeck  Fotos Elenize Dezgeniski  Vídeos e social mídia Alan Raffo e Nano Luiz   Assessoria de Imprensa Fernando de Proença  Idealização Kauê Persona e Carolina Meinerz  Realização Rumo de Cultura

agora acontece quase um intervalo

alguém entra em cena

alguém que fala essas palavras

desde o futuro até esse breve intervalo

alguém que realmente viveu o que estou falando

viveu quase tudo

pois quem viveu até o fim jamais falou

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